sexta-feira, outubro 20, 2006

Tempo VS Criatividade

O mundo de hoje necessita de uma fonte inesgotável de tempo. Como não entendi o que eu mesmo escrevi, venho aqui dizer que estou sem tempo pra criar algo que vai além das fronteiras do Chile. Portanto, se alguém me emprestar uma carroça, eu juro que posto alguma coisa aqui rapidinho.
E por favor, parem de cheirar pombas mortas. Elas prejudicam a faringe.

sábado, agosto 19, 2006

Profissão: Mendigo



Ser um mendigo no Brasil não é uma tarefa tão fácil, principalmente se você tem medo de ratos e colegas hippies. Ser mendigo é mais do que uma obrigação. Ser mendigo é ter o espirito de aventura no sangue. É largar todo conforto de belas limusines, largar fama, sucesso e mulheres bonitas. Ser mendigo é um estilo de vida.
Qual é o motivo desta fascinação pela vida nas ruas? Ouça o que um mendigo tem a dizer. Mendigos são geniais, compreendem o mundo de uma forma abstrata. Tão abstrata que não precisam de alimentos e roupas para o inverno para sobreviver. Arriscaria dizer que eles se alimentam de luz. Mas o povo ainda tem medo de encarar esta realidade. Portanto, ensinarei para vocês como se tornar um mendigo de verdade em 5 passos:

1° Lição - Abdicar dos programas do Gugu
Você como um mendigo que se preze, deve abandonar qualquer tipo de contato com uma televisão e/ou rádio. Eu sei que é difícil parar de ver os Rebeldes e perder mais um episódio do Pokémon, mas debaixo da ponte não há banheiras e infelizmente o Silvio Santos não é mais camelô. Se quiser saber sobre a previsão do tempo, se contente com o jornal que o cubrirá. Falando em jornal...

2° Lição - Meia é coisa de burguês
Doe todas as suas roupas. Inclusive aquele casaco de pele que você havia ganhado da sua vó. O Criança Esperança precisa mais de roupas do que você. Aliás, você só vai precisar daquele calção do Botafogo dos anos 80 que você usava pra virar massa e juntar tijolo. Os mendigos profissionais costumam pedir camisas para o inverno. Mas como são competentes, rasgam totalmente a camisa para usar como quebra-cabeça nos dias de tédio. Ora bolas, mendigo também é sinônimo de diversão.

3° Lição - Simular uma estranha lesão
Todos mendigos precisam andar torto. Isso é um pré-requisito importantíssimo. Caso você seja uma bicha e não tem coragem de estourar seu joelho, então a melhor saída é se imaginar num jogo de futebol. Pois para andar torto, basta que você enxergue (na imaginação, é claro) uma bola vindo em sua direção. Você, como grande armador de jogadas, entortará seu pé num ângulo de 90 graus (triângulo retângulo, lembra?) para escorar a bola para o atacante. Num jogo real, provavelmente este lance terminaria em gol . Mas como você deve ser um mendigo risonho, imagine até o fim a cena do gol também. Pra execução do passo ficar perfeita, lembre-se dessa jogada a cada meio segundo, pois assim seu pé estará sempre manco no maior estilo "deixa que eu chuto".

4° Lição - Higiene? Não, obrigado.
Você costuma tomar banho todos dias? Que pena, pois agora só em dia de chuva. Higiene e mendigo são palavras que não se misturam. Dentes então...só os caninos para não deixar seu cachorro com inveja. Por falar em cachorro, não confunda seus hábitos com os do seu melhor amigo. Cheirar a bunda dos outros colegas de vivência não é algo muito aconselhável. Há outras formas de conquistar uma fêmea (como escrever num blog, por exemplo).

5° Lição - Esmola para a cachaça
Bohemia? Skol? Polar? Esqueça tudo isso. Mendigo bom bebe da mais pura cana. E quanto mais vagabunda, mais vagalumes você verá. Algo como cachaça Prenda Minha e derivados. Mas para isso você precisa aprender as mais variadas técnicas da ciência da esmola. Há aquela infalível técnica de se passar por louco. Grandes mendigos certamente possuem um carrinho de supermercado (aliás, eu nunca vi um que não tivesse um desses). Beba um bom bocado para encher a bexiga e vá pra frente de um sinal fechado com o carrinho. Com a perninha torta, calção do Botafogo e com a Prenda Minha, suba no carrinho e recite um poema do Machado de Assis. Mas se quiser mesmo ser reconhecido como o garoto mijão, abra o ziper (nessa história o calção tem ziper sim!) e beba sua própria urina na frente de todos. Dessa forma, o álcool absorvido pela cachaça voltará para o seu sangue e você ficará no maior êxtase novamente. Aliás, faça isso inúmeras vezes, de maneira que seu corpo vire uma fonte eterna de caninha.

Tá pensando o quê? Você acha que eu daria dicas de como ganhar dinheiro fácil? Vai trabalhar porra!

quinta-feira, agosto 03, 2006

Talk Show para os leigos

-Eu sou Joshua Guerrero e irei apresentar mais um De Frente com Joshua. Entrevistarei este exímio jogador de futebol, que prometeu contar todos os podres do futebol internacional e revelar os mais intimos segredos já vistos na história deste esporte. Senhoras e senhores, com vocês...David Beckham!


-Oi.


-...Ehmm...então...quer dizer que você bate com as duas?


-Bem, quando cai mais pra esquerda eu só escoro com as patas.


-Tá e...faz bem feito?


-Não, fez efeito não.


-E isso é um sinal de que você consegue mesmo ganhar da parede num jogo de Squash?


-E somente usando uma placa "Pare".

-...esse tá f...


-Quê???



-...


-Finish him!

YOU WIN, CHAMPION!

sexta-feira, julho 28, 2006

As Kombi sabem demais

As aparencias enganam. Veja só aquela Kombi austriaca que seu tio avô comprou no inverno de 1965. Ela sim era mais que um amor de verão. Era a Kombi dos meus sonhos.
Só que certo dia resolvi estocar minhas pantufas do Topogigio no porta-luvas...Ah mas aquela bela dondoca me enganou. Era dia de jogar punhobol com os meninos cegos, e o céu raiava como ameixa seca. Dai um simpático senhor, que dizia que era o dono da tese sobre o uso correto de cuecas com pinos de enxofre que fazem exame de próstata pessoal, me disse uma coisa que me comoveu: -Ó jovem rapaz! Sua Kombi tem freios de mão a disco!
Nossa isso foi demais pra mim!

quinta-feira, julho 20, 2006

Maldito seja o pântano de Joshua

Numa época onde cachorros eram amarrados com lingüiça, resolvi acabar de vez com o tédio que me consumia. Eu já estava cansado daquela vida rotineira em que vendia bezerros para o açougue. Não queria ver mais sangue jorrando, então decidi me aventurar pelo mundo.
Viajei para o pântano de Joshua em Bruxelas. Era um lugar ao estilo Bruxa de Blair, talvez por ser em Bruxelas. Dizem as más linguas que o arrepio causado pelos espiritos é uma coisa para maricas, mas eu estava mais preocupado com o conforto de uma boa cagada, pois no mato há cobras. Fui sem medo, pois levei meu chapéu do Ariri Pistola.
Eu tinha uma caracteristica diferente que me ajudaria neste caminho triunfante para o triunfo (humpf! então decidi jogar Super Trunfo. Rááááá! Nada disso). Ao contrário do Arlindo, eu sabia diferenciar um viado de uma gazela. Então corri para o que seria a maior de minhas aventuras.
Chegando lá, parei pra pensar e percebi o quão belo é a natureza e as flores que perfumam (os campos, não isso não, pois não sou contabandrista) as coxilhas abertas. Mas o pântano ainda estava me escondendo algo. Urubus, corvos e coyotes me cercaram. Pensei em chamar Arlindo para uivar, mas ele era ingênuo demais. Então lembrei daqueles jogos onde você tem que encontrar um jeito de fugir de um leão que estava à esquerda, na cobra que estava à direita, do papagaio que ficava chamando você de japonês do pau pequeno atrás e do Zidane que ficava na frente tentando proferir sua potente cabeçada. Como esse não era meu jogo preferido, decidi comer uma pastilha e ganhei o poder de sair comendo todos os meus inimigos animais.
Segui em frente e, ao som do bugio da noite que despertava da sua escória para sodomizar pobres africanos que entravam lá, encontrei uma grande escotilha. Fiquei espantado com aquilo. "Como é possível um pântano isolado no planeta ter tamanha tecnologia? Será que isso foi alguma obra das aves exóticas que aqui vivem?", pensei. Eu estava completamente perdido e tentei de todos os modos abrir aquela máquina. Mas aí me veio na cabeça algo que eu jamais esqueceria...ainda não era época do Lost passar na TV.
Depois de ter imaginado coisas tremendamente fora da realidade, continuei a trilha. Lembrei da história da Chapéuzinho Vermelho e larguei migalhas de pão no caminho para não perder o rumo. Mas então fiquei preocupado com mais lobos e pensei em outro personagem para enganar os predadores. Lembrei que estava com um discman e um cd do Michael Jackson, então continuei o percurso sem medo do bugio noturno.
A paisagem me agradava, pois me fez lembrar da minha infância. Bons tempos em que eu comia jacarés sem medo de pegar uma doença (não levem pro outro sentido, eu era só uma criança). Já estava tarde então era hora de voltar pra casa. Percebi então que algo terrivel aconteceu. Não encontrei as migalhas de pão que havia largado no chão! Tentei de todas as formas entender o que havia acontecido, pois eu não tinha colocado geléia de morango no pão e nenhum ser vivo seria burro o bastante para comê-lo. A fúria tomou conta do meu corpo e quebrei o discman e o cd do Michael Jackson. Pela porca miséria! Andei ao contrário. Maldito seja o Michael Jackson de ter inventado o "moonwalk". Ainda bem que eu tinha um patins do Gugu e uma geléia de morango na mochila. Da próxima vez eu levarei um cd do Roberto Carlos para não fazer cagada sozinho, pois "...Vi minha esperança na voz de um menino que sorrindo me acompanhava...".

sábado, julho 15, 2006

Arlindo, um ser ingênuo demais

Em meados de 1978, um garoto pardo e que não gostava de bombinhas de chocolate nasce no meio dos lobos. Era chamado de Arlindo. Arlindo tinha uma característica um tanto incomum para alguém que vive entre os lobos: Arlindo era ingênuo demais.
Arlindo cresceu e foi para a cidade grande. Seus primeiros dias fora da selva foram complicados, pois as velhas senhoras que vendem cachorro-quente não sabiam uivar. Mas Arlindo não queria ser mais um mendigo de botina. Então teve que arrumar um emprego.
Arlindo não sabia diferenciar o bem e o mal. Como tinha um estilo de vida diferente da maioria da população e tinha um carisma quase canino, foi contratado para ser garoto-propaganda de um comercial de remédios anti-gases. Isso ainda não era o bastante para conseguir o sucesso que desejava, então Arlindo recebeu uma proposta surpreendente. O Senhor Zumbi desceu à Terra e, como toda boa história infantil, ofereceu o sucesso e a fama em troca de sua pura alma. Arlindo não havia herdado a malandragem que seus pais lobos tinham. O que ele mais precisava nessa hora era correr atrás do rabo, mas decidiu aceitar a proposta.
No dia seguinte, Arlindo foi contratado para ser um apresentador de programas isla-evangélicos numa emissora um tanto obscura. Era o começo de uma gloriosa era. Ganhou muito dinheiro e foi logo chamado para contracenar com a Wilza Carla numa novela equatoriana, onde seu papel era o de um senhor que botava leite na comporta para os vietnamitas na Guerra Fria.
Mas Arlindo ficou muito famoso quando foi pego cheirando um par de chinchilas asqueirosas. Como era ingênuo! Arlindo havia esquecido que estava participando de um reality show.
Arlindo virou febre nacional, mas não era esse tipo de sucesso que queria. Então resolveu enfrentar o mestre Zumbi e, como não era o Chuck Norris, bateu com um ferro três vezes no chão, mas não conseguiu o transformar em um imã. Senhor Zumbi então levou Arlindo para o inferno.
Arlindo não sabia o que fazer e a dor o consumia. Tentou de várias formas fugir daquele inferno. Na mais dolorosa tentativa, Arlindo engoliu um corvo vivo enquanto jogava punhobol com o Hitler. Mas Arlindo tinha uma técnica que ele nem mesmo sabia. Numa noite calorosa em que dormiu no mesmo quarto de um negão que foi para o inferno porque tinha estuprado 654 pessoas em uma tarde de lua cheia, Arlindo soltou um potente uivo. Como ele teve uma pequena participação num episódio do Chapolin em que somente uivava perto da casa do Abomineve Homem das Naves, o vermelhinho enfrentou tudo e todos para salvar seu ex-colega de trabalho.
Arlindo então voltou para o seu mundinho de ingenuidade. Mas desde então ele não teve uma vida tranqüila. Tentou de várias formas conseguir um bom emprego e uma estabilidade. Mas infelizmente ele jorrou espermas em cima de seu chefe durante a reunião de negócios que discutiria a sua promoção em uma empresa e foi demitido. Com isso ele só conseguiu um emprego de apagador de quadro negro para professores manetas, pernetas e caolhos em Tegucigalpa.
Ano passado, Arlindo teve uma diarréia fulminante crônica e morreu em três cagadas.
Arlindo era muito ingênuo.

segunda-feira, julho 10, 2006

Apuros em uma final de campeonato

Num belo dia, onde o gás carbônico já estava alterando meu posicionamento geográfico, decidi viajar para ver a final do grande Campeonato Ganês de futebol. Seria uma longa viagem para alguém que vive em Tegucigalpa. Mas a final era entre Hearts of Oak e Asante Kotoko, então como eu não flutuava ainda, tive que ir de metrô.
Quase 20 dias de viagem...Enfim cheguei ao meu destino. Cidade um tanto estranha, eu ainda não estava acostumado a ver elefantes correndo de polâinas e muito menos a ver judeus comunistas comendo com o rabo em pleno meio-dia. Mas esta era Accra.
Tentei arrumar um lugar para dormir, pois o jogo seria no dia seguinte. Infelizmente só havia uma bucólica pousada, onde a técnica de "barranquismo" era totalmente praticada. Gente estranha essa que gosta de transar com vacas. Guardei meus equipamentos em um armário onde, para a minha surpresa, havia um poster do Zico. Lembrei que prefiro outro jogador, pois se você pedir Xuxa, no seu colo vai cair Pelé. Então fui para o centro da cidade e troquei o armário por um jogo de memória do mico leão dourado. Aliás, em Accra é muito comum a prática do escambo. Dizem que num passado não distante, um carroceiro enriqueceu trocando um bode por uma figurinha do Garrincha na copa de 1962. Dessa figurinha ele montou a maior rede de supermercados da região. Muito estranho, pois com 3 figurinhas do Martinho da Vila, eu só consegui um filhote de abutre que era viciado em jogos de azar.
E eis que a noite chega. A fome destruia minha vontade de dormir. Então parti em busca de alimento fresco. O que eu não podia imaginar era que aquela cidade tinha um algo mais a me oferecer. Mulheres seminuas, bebidas exóticas, festas que viravam a noite, carrossel no parquinho e muito, mas muito chuchu com fritas. Eu estava realizado! Talvez a bebida tivesse me deixado mais solto, pois sodomizei um pobre terneiro que fazia parte do carrossel. Péssima idéia. Percebi que não gosto de bovinos. Creio que essas bebidas proporcionam uma vontade obscura de praticar aquela técnica muito famosa por aqui. Depois de muita farra, fui para a tal pousada pra tirar o cansaço das patas. Quando cheguei lá, notei que haviam roubado meu par de pantufas do Frajola. Triste perda, mas pelo menos eu tinha trazido minha coleção de fotos da Ciciolina. Longa noite campeão.
Amanheceu e tomei aquele belo café com Coscarque. Era o grande dia. Torço desde os 35 anos para o Hearts of Oak, onde jogou o grande mestre Emmanuel Osei Kuffour. Meu time de coração jogaria num esquema 3-6-1 no maior estilo Toca y me voy. Pensando nisso, decidi comprar uma jarra florida para levar como lembrança.
Enfim fui para o estádio. 8 milhões de corações vibrando feito celular Nokia com a bateria viciada. Sentei nas cadeiras feitas de bambu laminado por um trapezista nigeriano. Qual não foi a minha surpresa, pois pensei que o povo africano só gostava de estuprar marsupiais, mas lembrei que este texto contém zoofilia demais para este horário.
O time azul entra em campo e Kuffour estava lá. Eu era um fã daqueles que são capazes de invadir o gramado e implantar o ritual do Oxum como se fosse um sanguinário carrasco tentando difundir uma nova lei que proibe qualquer tipo de publicação em jornais católicos que inclua algum membro do Ku Klux Klan como um tradutor poliglota. Mas isso não vem ao caso, porque macumbeiro é o que mais tem dentro deste estádio. O jogo então começa. Kuffour pega uma bola na intermediária e enfia o canudo...por um momento acreditei que estavam gravando um comercial da Brahma, mas a bola não atingiu a sexta estrela. E o jogo estava emocionante demais, talvez por causa da impaciência da minha barriga em querer segurar uma carga imensa. Não aguentei e fui para o banheiro. Voltei para o jogo e consegui ver o show do intervalo. Começa o segundo tempo. O campo estava todo embarrado, mas não lembro de ter chovido. Kuffour anotou 3 gols em 10 minutos e o jogo já estava terminando.
E eis que acaba o jogo e o título veio para o Hearts! Invadi o campo feito uma gazela com um par de molas nas patas traseiras. Que estranho, pois não sabia que havia uma plantação de chuchus no campo. E para a minha tristeza, percebo que o sistema de esgoto do estádio não era adequado o bastante e tive que ter um encontro com a minha janta da noitada passada. Isso foi terrível. Prometi pra mim mesmo que ficaria rico e nunca mais voltaria para este lugar onde os pobres bovinos são tratados feito animais. Da próxima vez vou ouvir os conselhos do carroceiro vencedor e comprarei meus bodes!

quinta-feira, julho 06, 2006

O cantar das andorinhas

Estava eu em um churrasco e ouvindo o cantar dos galos ao meio-dia, quando deixei cair um pouco de molho de raposa no sapato. Isso não tão seria tão terrível, mas é que ganhei este sapato de um conde albino de Guam do Norte.
Pois bem, fui para o açude tentar limpar o tal sapato (obviamente eu estava à contemplar as andorinhas). No caminho, percebo que havia 3 moedas no chão, no momento pensei que ganharia 3 desejos, mas lembrei que não era essa a história do gênio (quão triste é isso). Meus passos estavam cada vez mais rápidos, talvez por causa do óleo que colocaram no alface (bem que senti o ronco do motor), então cheguei no bendito e molhado açude. Tirei o sapato e notei que havia um grão de papoula grudado na meia, então pensei: "Isso não está me cheirando bem". Estava certo, lembrei que minhas axilas não foram lavadas. Mas sem fugir do assunto, coloquei o sapato no açude e o lavei incansavelmente.
Quando fui contemplar mais algumas aves, avistei de longe uma bela loira com alguns metros de altura. Não acreditei no que vi. Me senti um pouco molhado ao ver aquele monumento, talvez fosse o sapato que não havia secado. Meu coração quase quis dar um pulo na água. Não aguentei e fui ver o que havia de tão especial naquela mulher. Fui chegando perto e cada vez mais o ar resolvia sair dos meus pulmões e parecia não querer voltar. Meu celular tocou. Parei pra atender e não tirei os olhos da rapariga para não a perder de vista. Maldito vendedor de alho, até por celular estão vendendo isso. Ainda bem que consegui um desconto.
Desliguei o celular e voltei na minha saga. Não lembrei o que estava fazendo, então voltei para a churrascada. Papo vai, papo vem...já estava noite. Decidi voltar pra casa.
No caminho de casa, o carro pifou. Estava sem as ferramentas e então pensei: "Vou procurar ajuda". Fui até a borracharia mais próxima. Para a minha surpresa, a borracheira era a bela moça que vi no açude. Parecia que era hoje que eu iria trocar o óleo, mas lembrei que comendo o alface eu fiz isso. Ela estava com um boné azul e um shortinho de capinar pátio. Parei perto dela e tentei trocar uma idéia. Perguntei se ela queria sair comigo mais tarde e ela prontamente aceitou. Fui feliz pra casa.
Tomei um banho e esperei ela chegar. Eu estava sem dinheiro, mas lembrei que havia capturado aquelas 3 moedas. Usei o melhor terno e o melhor perfume. "Que dia!", pensei em voz alta. A campanhia tocou. Quase tive um infarto, mas fui ansiosamente abrir a porta...infelizmente era o vendedor de alho deixando a encomenda. Sentei e esperei novamente. Fui jogar um campo minado no videogame e quando eu estava chegando no último chefão, a campanhia tocou de novo. Dessa vez fui mais tranquilamente. Abri a porta...era ela. Foram 3 minutos de profundo silêncio quando pronunciei a primeira palavra:
-Ah não, essa não usa Grecin 2000!
Decepcionante. Fechei a porta e voltei a jogar campo minado. Pelo menos consegui matar o chefão com 3 continues e comi um alho com farofa.

segunda-feira, julho 03, 2006

Odisséia do pobre enfermo

Fui raspar amêndoas com um celular e meu baço roncou...infelizmente eu estava doente. Cheguei no hospital, marquei uma consulta e esperei durante 50 minutos. Aquela dor já estava se tornando insuportável. Mas eis que aparece uma luz lá no fim do túnel. Estava lendo uma revista e pela visão periférica percebi que havia uma bela e verde planta no canto da sala. Não pude conter a felicidade e fui até ela. Continuei observando aquela beleza descomunal e encontrei um envelope escondido no adubo. Pensei na hora: "Ficarei rico!". Porém, no momento em que vou abrir o envelope, o médico me chamou.
Depois de um tempo, entrei na sala ansiosamente, pois queria ler aquele envelope a todo custo!
Pois bem, o médico então começou o diagnóstico e perguntou se eu estava raspando amêndoas com o celular. Maldito seja! O cara só poderia ser um vidente.
Sai do consultório e subi num ônibus para enfim ler o envelope. Abri com cuidado e olhei perplexamente para o que estava escrito:
-Use Colgate Plus.
Que decepção! Quando vou jogar o envelope fora, percebo que havia uma nuvem cercando aquele lento ônibus. Um raio imenso atinge o motor e o ônibus capota. Pessoas são jogadas no meio da pista e quando eu estava aterrisando para quebrar alguns ossos, eis que um pobre e risonho mendigo me diz:
-Hoje é seu dia amigo...você acaba de ficar milionário. Para isso você só precisa ir até o porto e dizer o seguinte código para o marinheiro: "O8H..." .......
Infelizmente aterrisei em cima do mendigo antes dele dizer o código completo e quebrei a cabeça do cara!